quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ACONTECEU NA PÇ SENADOR JOSÉ BENTO Paulo Toledo O Barbudo, figura popular da cidade, antigo funcionário da prefeitura cuidava da Praça Senador José Bento, nos mínimos detalhes: desde o funcionamento da fonte luminosa, a conservação da jardinagem até a vigilância. Assim, quem quisesse encontrá-lo era só dar uma chegada à praça e lá podia até fotografar aquele tipo baixinho, “parrudo” e com um chapéu atolado na cabeça. A praça tinha de tudo: footing, roda de papo de aposentados, engraxates, pipoqueiros, fotógrafos lambe-lambe, pregadores evangélicos e santa padroeira. Mas, faltava um mastro bem alto para a bandeira nacional nas datas festivas. Então, como era o período chamado de ditadura militar, logo essa deficiência foi sanada. A primeira data nacional após a colocação do mastro da bandeira da Praça Senador José Bento, foi logo o sete de setembro a mais importante de todas. A cerimônia do dia da independência começava com tropa perfilada junto ao mastro, banda de música e todas autoridades civis, militares e eclesiásticas prontas para cantar o Hino Nacional e hastear a bandeira. Assim que foi dada a partida para o ato, a banda deu os primeiros acordes do Hino Nacional, a tropa apresentou armas e o prefeito se dirigiu ao mastro para executar o hasteamento. Porém, às vezes as coisas não saem como o programado. Então a bandeira foi entregue ao prefeito, mas, estava faltando aquela indispensável cordinha que dá volta a roldana existente no topo do mastro. Como o Hino Nacional não pode ser interrompido, então o Barbudo, ao som do nosso hino, tirou o sapato, colocou na boca uma ponta da cordinha e subiu como um macaco pelo mastro, para colocar a cordinha no devido lugar. Em outras palavras: O barbudo hasteou-se solenemente inaugurando o mastro da praça. (Cena digna de Federico Fellini)

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