quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
2013
2013
Paulo Toledo
Eu não sei como os verdadeiros escritores produzem as suas obras e as suas coisas que depois nos enche de prazer quando as estamos lendo. O João Ubaldo, sensacional cronista, diz que é por obrigação e que até hoje se sente frustrado por ainda não ter recebido encomenda para escrever uma bula de remédio. Acho que isso é uma grande falha dos laboratórios farmacêuticos, uma vez que se as bulas do Ubaldo saíssem tão boas como suas crônicas, poderiam curar os doentes só com a sua leitura. Então, a caixinha do remédio só viria com ela.
No meu caso, que não me considero um escritor de verdade e sim um cara meio exibido que procura encher o tempo de aposentado e de solidão, colocando no papel o que lhe vem à cabeça: “causos”, crônicas e outros bichos, o ato de escrever é uma coisa solitária, mas prazerosa.
E, como hoje já é o ano de 2013 e ele está apenas começando, o que está me encafifando são as previsões, que como qualquer palpiteiro penso que devo fazer e sem o menor medo de errar, porque se isso ocorrer, como é o mais provável, estarei certamente em boas companhias, desde o quase diluviano Nostradamus até o mais ilustre economista contemporâneo.
Então, lá vai:
1ª_ A Rede Globo continuará falando bem do governo.
2ª_Será feita uma Reforma Política, para dar mais poder a quem já tem.
3ª¬_Pouso Alegre vai proibir a invasão dos camelôs ao centro da cidade e reformar a Praça Senador José Bento.
4ª_O ministro Margarina, quero dizer Manteiga, errará novamente nas suas previsões de PIB. (Será o meu consolo)
5ª_A informática está no limite. Não esperem nenhuma novidade.
6ª_Teremos mais um ou dois escândalos no governo, lá em Brasília.
7ª_A bandidagem no Rio e em São Paulo continuará aumentando.
8ª_ O Cachoeira pode ser que vá para a cadeia. Mas o Maluf segue livre, leve e solto.
9ª_ A Reforma Agrária continuará lembrando João Cabral de Melo Neto: “É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é
a parte que lhe cabe neste latifúndio”
10ª¬_Para mim, eu estou prevendo e pedindo uma boa doze de tolerância, para conviver pacifica e harmoniosamente com
estes tempos bicudos.
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