quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

AS ZELITE

A ZELITE Paulo Toledo Quem não assumiu o sapo barbudo como seu grande líder, grande mestre e verdadeiro guia, virou “zelite”, como ele chama. Daí, com eu não consegui ainda digerir a ideologia dessa figura, incorporo esse rótulo, fico pertencente a essa coisa, que não sei bem o que vem a ser. Agora, repetindo o som da palavra e colocando nela um penduricalho, a coisa vira: “zelite políticas” e vai pro brejo. É isto mesmo. Esta é a praga e a maldição, que numa velocidade alucinante, vem desgraçando o país, enquanto a gente assiste, totalmente impotente, essa pouca vergonha. Mas, eu não sei por que eu estou tratando disto. Acho que eu endoidei, todo mundo sabe que isto não tem conserto. O que eu quero mesmo é contar a estória do pescador preguiçoso, que é lá das barrancas do velho Rio São Francisco. Então, vamos a ela: Um pescador estava sentado na beira do barranco com a vara de pescar dentro d’agua. Esse sujeito era conhecido no pedaço pela sua proverbial preguiça. Estava lá meio sonâmbulo, olhando para o tempo e pensando que a vida poderia ser bem melhor se não existisse o trabalho. De repente, a ponta da sua vara começou a entrar pra dentro d’agua e seu companheiro alertou: __Olha cara, tem peixe puxando! __Pega ele pra mim. Respondeu o preguiçoso. Depois o companheiro ainda atendeu aos pedidos de colocar o peixe no samburá, iscar novamente o anzol e retornar a vara pra dentro do rio. Então, de saco cheio, perguntou: __Por que você não arranja um menino pra te ajudar na pescaria? O meu filho adora pescar comigo. __Eu sou solteiro, como é que eu vou arranjar filho. Ao ouvir esta resposta o outro disse que se o preguiçoso o quisesse, ele poderia tentar arranjar um casamento pra ele. A resposta do preguiçoso veio lenta e incrível: __Topo. Se você me arranjar uma mulher bem trabalhadeira, eu caso com ela. Agora, pra arranjar esse menino, é melhor que ela já venha prenha. Assim diminui o meu serviço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário