quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O CRISTO

O CRISTO Paulo Toledo Vocês vão achar que eu endoidei de vez. Mas, como eu não tenho nenhum compromisso com estes garranchos e isso é muito bom, lá vai: Congonhal e o Rio de Janeiro têm duas coisas semelhantes. Guardadas a descomunais proporções. É claro! A primeira semelhança é que o Rio era uma cidade maravilhosa e pacífica no passado e hoje é uma verdadeira praça de guerra. Já Congonhal que hoje é um lugar calmo e pacífico, na minha infância a coisa era feia. Todo mundo andava armado de faca, punhal, garrucha, revólver, espingarda e de vez em quando usava. Pra encurtar. Teve uma época que a cadeia de Pouso Alegre só tinha matador de Congonhal. A segunda é o Cristo. O do Rio é uma das maravilhas do mundo e está situado de braços abertos, numa paisagem deslumbrante. Alem disso é cheio de história desde sua inauguração, a ponto de ter proporcionado para Marconi a proeza de ter usado ondas de rádio para ilumina-lo a distancia. Já o Cristinho de Congonhal, coitado, foi colocado crucificado no antigo Largo da Igreja, um lugar esburacado de terra vermelha. Hoje está numa pracinha ajeitada. O cristo de Congonhal foi comprado em Campinas por uns fazendeiros que se cotizaram liderados pelo meu tio Tuany, farmacêutico do lugar e já político. Eles viajaram para Campinas e quando chegaram na fabrica ficou a dúvida. Tinha Cristo pra todo gosto: Menino Jesus, Cristo das parábolas, Cristo expulsando vendilhões, Cristo da Santa Ceia e o Crucificado. Então, perguntavam: qual o Cristo que vamos levar? Foi daí que um dos membros da comitiva deu a solução: __Olha Tuany, vamos levar um Cristo morto, porque se ele lá chegar vivo eles matam. Esta estória me foi contada pelo Dr. Joaquim Nelson. O Quim da Corina dos meus tempos de menino. Põõõõõe tempo nisso.

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